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A review by fevi
Homens pretos (não) choram by Stefano Volp
5.0
Homens pretos (não) choram é grandioso do início ao fim. Da introdução até os agradecimentos. Na abertura Sérgio Motta fala expõe a sua vivência como homem preto como prenúncio do iríamos ler logo depois. As vivências dos homens repetem-se, mas tem as suas particularidades. Se você é um homem negro as particularidades também se repetirão. É por isso que esse livro conversa com homens, mas é um espelho nas particularidades de homens negros.
Stefano Volp com a sua escrita cativante narra histórias sobre vulnerabilidades de homens pretos. São sete contos/crônicas com narrativas poderosas que perpassam o afeto, a paternidade, o descobrimento da sexualidade, o poder do machismo em nossas vidas, a masculinidade tóxica que muitas vezes rege a pessoa que queremos ser. São temas trabalhados de forma sincera e orgânica sem aquele tom professoral. Está ali porque se faz presente em nossas vidas de alguma forma.
Como o autor mesmo disse em seus agradecimentos, o livro é sobre a necessidade de o homem preto ser vulnerável e entender que isso não é ruim. É um processo de cura por mais que seja dolorido pode resultar em uma nova realidade menos agressiva e mais acolhedora. Esse livro, que apoiei no Catarse, é essencial para aqueles que querem buscar o início de uma transformação. Identificar-se nessas palavras, contos, crônicas pode ser um processo com mudanças essencialmente positivas.
Homens pretos (não) choram é uma conversa sincera para com homens pretos sobre seus sentimentos e o seu lugar no mundo. É um livro essencial. Espero que mais pessoas leiam e gostem. Que nós, homens pretos, possamos nos curar mais vezes.
1 - Seco
Eu me arrepiei todinho com o final desse conto. Que desespero não conseguir encontrar a emoção dentro de si e com isso desejar partir. Não queria esse final, mas super entendo que talvez ali não tivesse mais solução. Quando a gente se fecha e fica seco é complicado voltar a florir.
2 - Meia-noite
Eu fiquei emocionado demais com esse final. Carinho e amor é tudo nessa vida. Uba é aquilo que o pai dele nem sempre conseguiu ser, mas ele pode de alguma forma transformar os sentimentos ruins em coisa boa e o melhor que todo o amor e o carinho que agora distribui retorna a ele. Lindo demais.
3 - Bilola
Eu não gostei tanto desse. No entanto, a mensagem dessa crônica é poderosa. O negro que conhece o seu espaço no mundo e tem consciência do que ser negro significa não vira chaveirinho de branco. Não é uma questão sobre não se relacionar com pessoas brancas em qualquer sentindo, mas entender que para ser quem você é não precisa agir e se vender para pessoas brancas. É uma questão complicada até porque ainda hoje pessoas brancas são ideais e metas para qualquer pessoa. A branquitude é o objetivo. Ser preto consciente é quebrar esse ideal.
4 - Barba
Eu mandei um PUTA MERDA bem alto na parte final desse conto/crônica. Volp sabe muito bem como ambientar um clima e nesse conto foi bem hot. Gostei da forma como ele abrange a descoberta do personagem sobre sua bissexualidade. Pena que o retrato da LGBTfobia esteja ali presente mostrando como ainda é perigoso para muitos viver como realmente se é. Eu estava jurando que iria rolar um ménage à trois no final. Vai ficar pra imaginação. hahahaha
5 - Dona Tagarela
Que forte! Que sensacional esse conto! Apesar de todos os traumas que os homens pretos carregam nenhum deles deve ser utilizado como arma reprimir, machucar ou afetar qualquer outra pessoa. Traumas precisam ser curados. A gente só precisa entender isso quanto antes porque além de doloroso, é demorado. Ser um homem preto violento e preconceituoso não te libertará. Não fará que os seus traumas se curem.
6 - Sabonete
Que conto incrível! Amei demais. Estou até meio sem palavras. Acho que é o meu conto preferido. A narrativa, os assuntos, a didática é incrível. A masculinidade tóxica e o machismo rodeiam os meninos o tempo inteiro. Nesse conto Volp conseguiu mensurar o estrago que eles vão fazendo nos moleques e naqueles que estão ao seu redor. Mas a forma como ele introduziu o feminismo com a Sabonete (Yara) foi perfeito. Se eu fosse professor de adolescentes com certeza trabalharia esse conto nas aulas.
7 - Pio
Outra narrativa excelente. Um lidando com a mudez repentina do filho. Mudez psicológica causada pelo racismo, masculinidade tóxica e falta de atenção. A relação de entre pais e filhos me interessam muito e Volp entregou mais uma narrativa excelente. A receita no final do conto mostra o quanto é necessário conversar, permitir-se ser vulnerável e ao outro também. Abrir espaço para aqueles que sofrem tenham alguém para confiar e partilhar os seus pensamentos. Fiquei super tocado.
Stefano Volp com a sua escrita cativante narra histórias sobre vulnerabilidades de homens pretos. São sete contos/crônicas com narrativas poderosas que perpassam o afeto, a paternidade, o descobrimento da sexualidade, o poder do machismo em nossas vidas, a masculinidade tóxica que muitas vezes rege a pessoa que queremos ser. São temas trabalhados de forma sincera e orgânica sem aquele tom professoral. Está ali porque se faz presente em nossas vidas de alguma forma.
Como o autor mesmo disse em seus agradecimentos, o livro é sobre a necessidade de o homem preto ser vulnerável e entender que isso não é ruim. É um processo de cura por mais que seja dolorido pode resultar em uma nova realidade menos agressiva e mais acolhedora. Esse livro, que apoiei no Catarse, é essencial para aqueles que querem buscar o início de uma transformação. Identificar-se nessas palavras, contos, crônicas pode ser um processo com mudanças essencialmente positivas.
Homens pretos (não) choram é uma conversa sincera para com homens pretos sobre seus sentimentos e o seu lugar no mundo. É um livro essencial. Espero que mais pessoas leiam e gostem. Que nós, homens pretos, possamos nos curar mais vezes.
1 - Seco
Eu me arrepiei todinho com o final desse conto. Que desespero não conseguir encontrar a emoção dentro de si e com isso desejar partir. Não queria esse final, mas super entendo que talvez ali não tivesse mais solução. Quando a gente se fecha e fica seco é complicado voltar a florir.
2 - Meia-noite
Eu fiquei emocionado demais com esse final. Carinho e amor é tudo nessa vida. Uba é aquilo que o pai dele nem sempre conseguiu ser, mas ele pode de alguma forma transformar os sentimentos ruins em coisa boa e o melhor que todo o amor e o carinho que agora distribui retorna a ele. Lindo demais.
3 - Bilola
Eu não gostei tanto desse. No entanto, a mensagem dessa crônica é poderosa. O negro que conhece o seu espaço no mundo e tem consciência do que ser negro significa não vira chaveirinho de branco. Não é uma questão sobre não se relacionar com pessoas brancas em qualquer sentindo, mas entender que para ser quem você é não precisa agir e se vender para pessoas brancas. É uma questão complicada até porque ainda hoje pessoas brancas são ideais e metas para qualquer pessoa. A branquitude é o objetivo. Ser preto consciente é quebrar esse ideal.
4 - Barba
Eu mandei um PUTA MERDA bem alto na parte final desse conto/crônica. Volp sabe muito bem como ambientar um clima e nesse conto foi bem hot. Gostei da forma como ele abrange a descoberta do personagem sobre sua bissexualidade. Pena que o retrato da LGBTfobia esteja ali presente mostrando como ainda é perigoso para muitos viver como realmente se é. Eu estava jurando que iria rolar um ménage à trois no final. Vai ficar pra imaginação. hahahaha
5 - Dona Tagarela
Que forte! Que sensacional esse conto! Apesar de todos os traumas que os homens pretos carregam nenhum deles deve ser utilizado como arma reprimir, machucar ou afetar qualquer outra pessoa. Traumas precisam ser curados. A gente só precisa entender isso quanto antes porque além de doloroso, é demorado. Ser um homem preto violento e preconceituoso não te libertará. Não fará que os seus traumas se curem.
6 - Sabonete
Que conto incrível! Amei demais. Estou até meio sem palavras. Acho que é o meu conto preferido. A narrativa, os assuntos, a didática é incrível. A masculinidade tóxica e o machismo rodeiam os meninos o tempo inteiro. Nesse conto Volp conseguiu mensurar o estrago que eles vão fazendo nos moleques e naqueles que estão ao seu redor. Mas a forma como ele introduziu o feminismo com a Sabonete (Yara) foi perfeito. Se eu fosse professor de adolescentes com certeza trabalharia esse conto nas aulas.
7 - Pio
Outra narrativa excelente. Um lidando com a mudez repentina do filho. Mudez psicológica causada pelo racismo, masculinidade tóxica e falta de atenção. A relação de entre pais e filhos me interessam muito e Volp entregou mais uma narrativa excelente. A receita no final do conto mostra o quanto é necessário conversar, permitir-se ser vulnerável e ao outro também. Abrir espaço para aqueles que sofrem tenham alguém para confiar e partilhar os seus pensamentos. Fiquei super tocado.